quarta-feira, 30 de maio de 2012

PdC Junho 2012


Silêncio de amor
“Quando o Amor quis na terra reinar, a sua palavra quis ao mundo anunciar, a sua celeste harmonia,ansiava entre nós ecoar. Pra realizar esse plano, o Senhor, quis encontrar um silêncio de amor. A luz nesta sombrabrilhou e a harmonia, no silêncio ecoou”.
O refrão desse maravilhoso canto à Mãe de Deus nos questiona sobre quem é esse silêncio altíssimo de amor e conclui que é Maria.

A força da Palavra de Deus
No livro do profeta Jeremias encontramos um texto impressionante sobre a ação da Palavra de Deus. “O Senhor estendeu a mão, tocou-me a boca e disse: Estou pondo minhas palavras na tua boca. Vê, hoje eu te coloco contra nações e reinos, para arrancar e para derrubar, devastar e destruir e também para construir e para plantar” (Jer 1,9-10).
Refletindo sobre a experiência de Chiara Lubich e suas primeiras companheiras, nos primórdios do Movimento dos focolares à luz do texto acima citado, eu me perguntava se o contexto da segunda guerra mundial, que elas viveram, não trabalhou seus corações fazendo-as entender, por toda aquela tragédia, que não podemos apoiar nossa vida no que é efêmero, mas somente em Deus. Trata-se deste aspecto purificador da Palavra que deve demolir, devastar em nós todo apego, riqueza e segurança humana para que, sobre essa base se realize depois, o aspecto construtivo da Palavra de Deus, a presença e a ação de Cristo em nós.
Nesta luz, porque não reconhecer em tantos momentos de provação pelos quais passamos, a ação de Deus
em nossas vidas, como expressão de seu amor? De fato, para que possamos acolher o imenso dom que é a Palavra de Deus, de modo que Cristo viva em nós, Deus deseja preparar-nos a fim de que nos capacitemos a silenciar nosso eu. É somente sobre o nosso ‘nada de amor’ que a Palavra de Deus pode ecoar também em nós.

Um particular silêncio
O Papa Bento XVI, em sua mensagem para o último Dia Mundial das Comunicações Sociais, apresenta a relação entre a Palavra e o silêncio e afirma que “o silêncio é parte integrante da comunicação de modo que, sem ele, não há palavras densas de significado”. Nesta mesma linha hoje, fala-se do silêncio do Pai ao gerar o seu Filho, a Palavra.
Chiara Lubich intuiu que a Palavra com o Silêncio é a Palavra com o Ser, isto é, a Palavra que exprime o Ser, Deus, o Pai. O prólogo do quarto Evangelho afirma que no princípio o Verbo está junto do Pai, e é Deus como o Pai é Deus. O Verbo exprime Deus, dá a Palavra ao Ser.
 
Palavras “plenas”
E as nossas palavras serão “plenas” somente quando forem esvaziadas de nós, dos nossos pensamentos e
afetos e desejos, e forem plenas de Deus. Assim nós imitaremos realmente Jesus que disse somente e sempre as palavras que ouviu do Pai (cf. Jo 8, 26).
Neste número teremos a ocasião de aprofundar a Palavra de Deus à luz do carisma da unidade, através do
tema apresentado pela atual presidente do Movimento, Maria Voce, tema da espiritualidade aprofundado durante este ano. De igual modo, uma leitura meditativa da última Exortação Apostólica de Bento XVI apresentada por Hubertus Blaumeiser.

Editorial
Antonio Capelesso

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